Sete dias + Sete dias
Os trabalhos são oriundos de procedimentos artísticos anteriores em relação a utilização da parafina, a modularidade, a repetição e registros dos instantes intervalares de tempo. Nestes, configuram-se outras questões visuais e conceituais nas imagens devido a inserção de novos elementos, materiais e objetos, como flores, vidros e espelhos. São realizadas impressões sobre papéis, cujas imagens são amalgamadas em blocos de parafina, bem como, são produzidas interferências com grafismos, resultando em desenhos impregnados com parafina, buscando uma certa permanência. Estas inúmeras imagens geram contrapontos com as flores parafinadas pretas e brancas colocadas sobre espelhos, produzindo reflexos e infinitas repetições em sua horizontalidade e profundidade.
O conjunto destes trabalhos provoca tensões e distensões que envolvem as relações dialéticas entre a efemeridade e a permanência (sete dias + sete dias), a alternância temporal dos ritmos que se repetem e se voltam sempre sobre si mesmos (flores refletidas), as hesitações entre a continuidade e descontinuidade (desenhos parafinados) e nas incubações, provocar transformações (fases lunares). Nesse sentido, busco fenomenologicamente evocar o paradoxo cíclico e limítrofe da vida instaurado pelo espaço/tempo, entre certezas e incertezas, questionando os estados sobre o que é permanente – se é que existe? Ou tudo é passagem e transitório…
Lurdi Blauth
Setembro 2011
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